segunda-feira, julho 19, 2010

Dia de chuva na LOBRAS

Hoje faz 3 dias que chove aqui no sul desse país, sem parar...Não lembro de nada bom de um dia de chuva....Mentira, acabei de lembrar!Mas acho que não vale a pena contar. Não era sobre isso que eu ia falar, mas veio.Sempre vem quando lembro de chuva. Essa chuva é sem frio. Num mês que não era inverno. Porto Alegre alagada, descemos do carro, ali na rua Luis Afonso, na cidade baixa, em frente ao apartamento, com água pela canela, descalços já. O tempo escuro, da chuva. Um escurinho bom. Era tardinha. Entramos, com sono.Sei lá de onde vínhamos. Um banho quente, os lençóis brancos, limpos e um “edredonzinho”. O escurinho do quarto e, entrelaçados como sempre, os olhos se fechando aos poucos...Ainda deu para olhar o teto e ver as estrelinhas adesivas, que brilhavam lá no infinito. Lá fora, ainda chovia fininho...Isso foi em 2002 e , se eu não tivesse acordado, teria sido um momento sublime. O que veio depois, não quero escrever. Prefiro retornar 20 anos no tempo. Agora, sim, uma chuva de dia de frio, como hoje. “Friozão”. Era junho, eu acho, época de copa do mundo, 1982. Eu e meu irmão, em cima da cama da minha mãe(Ai meu deus, cama de novo!). Só que agora pulamos e brincamos em frente à TV. Em meio aos brinquedos, colamos figurinhas nos nossos álbuns. Um dia de frio, horrível. Lembro da mãe chegando do centro e trazendo os envelopinhos de figurinhas. Ela trazia sempre. E também, junto, vinha os saquinhhos de balas. Umas de leite, que eu gostava e as que o meu irmão preferia, a Xaxá, que tinha uma carinha de gatinho na embalagem, ou as 7 Belo, de morango. Só tinha de morango. Tinha umas outras, mais duras, que minha avó gostava. (Ai, que saudade da minha Vózinha!!...). Às vezes tinha uns pirulitos, uns chocolatinhos, em formato de guarda-chuva e outros em formato de cigarrinhos, que ela comprava na LOBRAS. Então, assim como as Lojas Americanas, que ainda existe hoje, nesse tempo tinha uma concorrente que era a Lojas Brasileiras- LOBRAS. E era igualzinha a outra nos produtos que vendia e até na disposição das mercadorias nas prateleiras. Ficava ali na rua Vigário José Inácio, no centro, entre a Voluntário da Pátria e a Otávio Rocha. A gente entrava pela Vigário e saía na rua Dr.Flores.A entrada era um paraíso, uma “fantástica fábrica de chocolate” para qualquer criança. Doces de todo tipo, chocolates, balinhas diferentes, caramelos.E tinha as cestinhas para o cliente ir colocando o item selecionado e passar no caixa. Era tipo um supermercado só de doces. Nada parecido com esses “quiosques” de doces que existem nos shoppings, hoje em dia. Uns até são bem legais, coloridos. Mas nada se compara ao encanto da minha infância, com licença(Ahahahahha). E coisa boa eram esses dias frios de chuva sem parar, pra ficar em casa, em cima da cama, de algazarra. Provavelmente nesse dia em que pulávamos na cama da mãe ninguém tinha ida à aula pela manhã. Dia de chuva é dia de faltar aula. Dia de chuva é dia de lembrar das coisas também. Que saudade desse tempo! A chuva, o frio, as figurinhas, a folia na cama, a TV com jogo ou um desenho qualquer, a minha “Vózinha”, a balinha Xaxá, o chocolate de "guarda-chuvinha"...a LOBRAS...

4 comentários:

  1. Adorei o texto. Eu sou suspeito para falar, porque adoro um dia de chuva, fico mais disposto, me sinto mais feliz. Coisa de doido mesmo...haha. Abraço.

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  2. Saudades das Balas Xaxá, bala Soft e 7Belo enrolada no papelzinho (eita papelzinho difícil de tirar!)
    Adorei!
    Bjos!

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  3. Carissimo, estive te lendo aqui, por isso resolvi segui lo. Um abraço pra ti!

    Continua com esse estilo pessoal aqui, muito bom teu espaço, até!

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  4. Cadernos de Amaral, interessante nome, peculiar. Sai dos títulos comuns. Apreciei deste o título do blog, o look excelente [bom gosto] e palavras aqui exprimidas, de fazer jus ao nome.

    Abraços.

    Priscila Cáliga

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