Vida louca vida“Vida louca vidaVida breveJá que eu não posso te levarQuero que você me leve
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoarNosso crime não compensa”
Fico pensando qual seria o nosso crime? Querer viver um pouco mais junto daqueles que mais amamos? Parece que sim. Meu blog tá virando um obituário, mas não é essa a intenção. Porém, como deixar de falar ou homenagear as pessoas queridas que se vão? Impossível. Mais uma vez, segue a minha existência. Mais um dia, mais um adeus.
Hoje,(14/07/2010) faz 7 dias que meu tio morreu. Sim, continuo tendo baixas no meu exército.Soldados que estão nessa mesma (nossa) guerra de viver. Essa foi a última batalha do tio”Teco”. Lutou até o fim, todos acompanhamos. Não se entregou, jamais. “Pede e recebereis”, diz na bíblia que ele acreditava. E ele pediu, e não recebeu...E estava um dia tão lindo naquele dia tão triste...Um céu maravilhosamente azul. Ele se foi, exatamente no dia em que estava fazendo 20 anos que o cantor Cazuza também perdeu a sua batalha. Cazuza, era apelido, assim como Teco. Codinomes pequenos que guardavam grandes homens. Elson Voltaire da Silva Lopes era um nome grande que combinava com a alma do seu dono. Meu tio, também era artista, das artes dessa vida, das relações humanas, da cortesia, da educação, do "fino trato "com cada um que conhecia, do encanto de uma amizade pura que podia nascer de uma simples conversa, ilustrada, contagiante e humana. Histórias de pescador e verdades de um galanteador. O que, talvez, tenha sido o encanto de minha tia e a fórmula de mais de 50 anos de casamento. Poeta, comunicador da rádio Sobral de Butiá, uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, de pouco mais de 20.000 mil habitantes, distante 88km da capital. Lá, foi onde passou toda a sua vida. Funcionário do antigo INPS, secretário de obras, presidente do Clube Butiá. Tempos e momentos diversos e saudosos que acompanhei, por conta das minhas férias, na infância e na adolescência na sua casa. O “barzinho” onde ele sempre nos levava, quando crianças, pra tomarmos guaraná, eu, meu irmão e meu primo, enquanto ele ficava tomando cerveja com meu pai, a famosa “Serramalte”. As festas de família, aniversários, casamentos, formaturas, passeios, ano novo, os churrascos e a histórica “dobradinha”, exclusiva e única que era preparada como um verdadeiro ritual gastronômico, em finais de semana inesquecíveis. Anos e anos de atividades dedicadas e voltadas aos seus conterrâneos. Ultimamente, ocupava-se com trâmites de aposentadorias de todos aqueles que batiam à sua porta, diariamente. Todavia, nem todos estiveram presentes nesse dia final. Infelizmente, surpresas que a vida nos guarda. Exemplos de gratidão que ela nos reserva. Maior ainda, o exemplo de vida deixado à geração que se criou, que se cria e que vai se criar após esse tempo que passou.
Saudades de alguém muito grande que a vida, mais uma vez, nos roubou.
“O amor é o ridículo da vidaA gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo.A vida veio e me levou com elaSorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas.
Morrer não dói.”
(Cazuza)
Para morrer, basta se estar vivo, não é mesmo? Nada que possa ser dito neste momento pode amenizar essa dor, que só quem já perdeu um ente querido sabe sentir. Abraços.
ResponderExcluirMais versos do Cazuza:
ResponderExcluir"...Direi milhares de metáforas rimadas
E farei
Das tripas coração
Do medo, minha oração
Pra não sei que Deus "H"
Da hora da partida
Na hora da partida
A tiros de vamos pra vida
Então, vamos pra vida
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!"
E um convite: visite-me no...
www.espacointertextual.blogspot.com
Abraços.
É João, meu primo, amigo, irmão...Meu pai foi, mas deixou uma herança que não tem preço: Exemplo de honestidade,caráter e dignidade. Valeu pelas palavras de carinho, Isso é o que nos mantêm em pé, firmes. Esse amor e união que envolve nossa família. Abração!!! Apareça!
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